Luigi Brandão

Luigi Brandão é doutor em música pelo PPGMUS – UFMG (linha de pesquisa Performance Musical; instrumento: violão erudito), sob orientação do professor Flavio Barbeitas. Escreveu uma tese que reflete sobre o intérprete musical a partir de diferentes frentes, no eforço bífido de melhor o compreender e de redefini-lo (propositivamente) em função de questões e problemas específicos de sua história na música erudita. Como intérprete, tem predileção por um repertório tonal posterior ao século XX. Gosta muito de torresmo, e tem Ovídio como poeta favorito.
Instituição: UFMG
Linhas de pesquisa: Dimensões interpretativas dos repertórios violonísticos / Violão, memória e cultura
Projetos
Elogio de Marsías: ensaios sobre interpretação musical
Que significa ser intérprete musical? Esta pergunta, pedra angular da tese que o leitor tem em mãos, desdobra-se em uma série de outras perguntas que perfazem a tese em suas subdivisões: Quando fazemos esse movimento de assimilar uma obra escrita e apresentá-la em som propriamente dito, que fazemos? Dito de outra forma, quando representamos uma obra, produzimos algo sobre o já produzido? Se produzimos algo sobre a obra, que tipo de coisa é isso que chamamos de obra musical que, ao ser representada, pode ser identificada à sua representação, ainda que representações possam ser consideradas como diferentes entre si? Por outro lado, pensando no intérprete ele mesmo em função dessa problemática da representação, e tendo em mente que o artista, desde a renascença, fica ligado a uma noção de criação a partir do nada (creatio ex nihilo), ocorre perguntar: afinal, o intérprete é um artista? Questão que, nesta tese, além de ser abordada em função da problemática da representação, procura refletir sobre um ser artista possível para o intérprete em questões que vão além da técnica interpretativa ela mesma, pois, também na renascença, surge uma forma de pensar o artista para além da técnica, chamando atenção para uma certa disposição do espírito. Por fim, considera-se o intérprete musical enquanto um sujeito social definido em função dos deveres e ideais de ação que lhe são colocados pelo discurso a seu respeito, procurado ajuizar, de um ponto de vista psicanalítico, de que forma esses imperativos o constrangem e em que medida podem surtir sobre o sujeito efeitos deletérios.