Victor Vale

Victor Vale

Possui graduação em Música/Violão pela Universidade Federal de Minas Gerais (2008), Mestrado em Música e Cultura (2011) e Doutorado em Performance Musical (2018) pela mesma instituição. Foi premiado em importantes concursos de violão nacionais e internacionais, valendo citar o XIX Concurso de Violão Souza Lima (SP), o II Concurso de Violão da Faculdade Cantareira (SP), o I Concurso de Violão Maurício de Oliveira, entre outros. Tem experiência na área de Artes, com ênfase nas áreas da Performance Musical, Estudos Literários, Estética e Linguística. Atua como professor, concertista e palestrante nas áreas de Performance Musical, Estudos da Tradução/Transcrição e Retórica musical. Desenvolveu pela Universidade Federal de Minas Gerais a dissertação “A Chaconne para violino solo BWV 1004 de J.S. BACH: as poéticas da persuasão” e a tese de doutorado intitulada de “A Tradutibilidade do Sentido: O processo de transcrição musical”. Recebeu em 2019 o Prêmio UFMG de Teses, em reconhecimento ao trabalho realizado no doutorado. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Ouro Preto.

Instituição: UFOP

Linhas de pesquisa: Violão, memória e cultura

Projetos

A Tradutibilidade do Sentido

O processo de transcrição musical tem geralmente se desenvolvido como uma atividade balizada e condicionada pelo universo idiomático de destino. Essa tradição transcricional, na maioria das vezes, ao privilegiar o melhor funcionamento da obra no instrumento para o qual é realizada a transcrição, acaba distorcendo e rarefazendo as estruturas expressivas em potência na peça de origem, muitas delas desenvolvidas das relações travadas entre idiomatismo instrumental e discurso musical. A aproximação com os estudos da linguagem e a teoria da tradução, principalmente com os pensamentos de Walter Benjamin e Antoine Berman acerca do fenômeno tradutório, possibilitou novas abordagens com a prática transcricional, onde o conceito de estrangeirismo, recorrentemente pautado e desenvolvido nas teorizações de filósofos da tradução pós-Goethe, acaba conferindo à essa atividade uma relação mais ética e poética com a obra de origem. A reflexão acerca de conceitos como obra, originalidade, idiomatismo, fidelidade, fruição, autoria, expressão, todos esses convergentes aos fenômenos análogos da transcrição e tradução, recondiciona e revigora o debate sobre a atividade transcricional, agora pautado não nas possíveis adequações repertoriais a partir da funcionalidade e da mecanicidade do instrumento de destino, mas sim nas interseções idiomático-discursivas que se estabelecem em potência na obra de origem e na tentativa de reconstrução das mesmas no instrumento para o qual se deseja realizar a transcrição.